Altiplano Boliviano




Amanhecer no salar de Uyuni (3.652m)

O Salar de Uyuni é o maior salar do mundo, medindo 12.106 km2. É uma interminável superfície de sal extremamente branco, muito duro e liso. Sobre ele podem viajar-se muitas dezenas de quilômetros de jipe em linha reta. Não há estradas. Qualquer direção é válida. Nesta época do ano, as bordas do salar estão cobertas por uma camada de água de poucos centímetros de profundidade. Mesmo antes do nascer do sol, os flamingos já estão nesses lagos, se alimentando.




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O tempo começa a fechar no deserto (cerca de 4,5 mil metros)

Venta muito e o céu começa a encobrir-se, mas mesmo assim os flamingos permanecem nos lagos de altitude, alimentando-se. Os depósitos de sais minerais nas bordas do lago combinam com a neve no cume dos antigos vulcões e contrastam com o forte tom de azul que a água apresenta.




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Fim do dia junto à entrada da Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa (4.400 m)

A entrada na Reserva impressiona imediatamente quem vem de San Pedro de Atacama, pela sua amplidão e silêncio. São poucos os flamingos e o vento intenso é a única coisa que se ouve. Com o surgir da noite, o vento acalma e a temperatura do ar torna-se negativa. O ar é rarefeito devido à altitude. Além das duas lagoas e de três pequenas construções, só há o deserto, que em breve será iluminado pela lua cheia.




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Rios de terra podem ser vistos descendo as encostas dos Andes

A fronteira da Bolívia com o Chile é formada por uma sequência interminável de picos que são antigos vulcões, alguns ativos e outros que se extinguiram e sofreram a ação da erosão ao longo dos milênios. Sujeitas às variações de temperatura ambiente e ao atrito com o gelo, as rochas se desfazem e escoam lentamente como se fossem rios. Variações na composição química da terra produzem manchas de várias tonalidades. O pequeno jipe que se vê andando na parte inferior da imagem dá uma noção da dimensão do local onde foi obtida.




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Rios de terra podem ser vistos descendo as encostas dos Andes

A fronteira da Bolívia com o Chile é formada por uma sequência interminável de picos que são antigos vulcões, alguns ativos e outros que se extinguiram e sofreram a ação da erosão ao longo dos milênios. Sujeitas às variações de temperatura ambiente e ao atrito com o gelo, as rochas se desfazem e escoam lentamente como se fossem rios. Variações na composição química da terra produzem manchas de várias tonalidades. O pequeno jipe que se vê andando na parte inferior da imagem dá uma noção da dimensão do local onde foi obtida.




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Vulcão Junques e vulcão Licancabur vistos da base da Laguna Verde (4.400 m)

À direita, o Licancabur se impõe pela sua altura e formato. Reza a lenda que só alcançam seu topo aqueles que o vulcão permitir. As nuvens que cobriam o céu dois dias antes deixaram suas marcas nas duas crateras. Nesta região praticamente não chove e há habitações cujo telhado é apenas um pano esticado horizontalmente. Na base de ambos, a Laguna Verde tem uma concentração tão grande de minerais que a torna venenosa para os flamingos. Essa altíssima concentração de minerais e os ventos muito fortes fazem com que a água não congele nem mesmo a -20oC. A grande velocidade do vento, que se percebe pela ondulação em toda a superfície do lago, deixa mais intensa a cor verde da água. Nas bordas da lagoa vê-se o depósito branco de minerais.




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Flamingos na Laguna Colorada (4.278 m)

Quando o vento sopra, as águas da Laguna Colorada adquirem uma cor vermelha muito intensa. Nessas ocasiões, o branco do bórax forma com elas um contraste muito vivo. Na lagoa podem ser vistos literalmente milhares de flamingos de várias espécies. Eles emitem sons, voam e se alimentam nas águas. À sua volta, apenas o silêncio e a imensidão do deserto.




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Flamingos no Salar de Uyuni (3.653m)

É raro verem-se flamingos sozinhos. Normalmente, andam em grupos que às vezes têm mais de uma centena de aves. Habitam as regiões dos lagos que têm pouca profundidade e passam a maior parte do tempo dentro de água, voando apenas de vez em quando.




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Lagoa no meio do deserto (cerca de 4 mil metros)

Além de lagoas surgem, no meio do deserto, fontes de águas termais devido à intensa atividade vulcânica. As águas das lagoas possuem normalmente uma grande concentração de minerais e de micro-organismos. Os flamingos passam o dia com o bico dentro d’água, sorvendo-a. Através de um sistema de filtragem, retêm os pequenos animais de que se alimentam e devolvem a água para o lago.




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Centenas de vulcões avistam-se do topo do Licancabur (5.960 m)

A falta de umidade no ar e a sua extrema limpeza fazem com que seja possível verem-se formações a muitas dezenas de quilômetros de distância. A altitude de muitos desses vulcões é superior a 5 mil metros. A semi-desfeita cratera do vulcão Junques, que se vê relativamente próxima à direita da imagem, está a 3 km de distância. Cerca de um quilômetro e meio abaixo vêem-se a Laguna Verde e a Laguna Blanca, que quase se tocam. Um pequeno ponto mais claro à direita da Laguna Blanca é um dos dois abrigos que existem na entrada da Reserva.